domingo, 7 de outubro de 2012

VERTENTES FILOSÓFICAS DO YÔGA






YAMAS ( o que evitar)

Não agredir (“ahimsa”): a violência não está restrita aos atos, mas também às palavras e ao pensamento. “Em uma vida a dois, significa não fazer para o outro o que você não gostaria que fizessem para você”, fala Rojo. “No ambiente profissional, vale como um conselho para não buscar promoção à custa do fracasso e do rebaixamento de outros colegas”, alerta. A relação entre chefes e funcionários é mencionada pelo especialista. Profissionais que cobram de suas equipes o cumprimento de metas sem lhes dar condições adequadas, como tempo suficiente, para executar as tarefas, estão praticando uma forma de violência, na opinião do professor

Não mentir (“satya”): “a verdade é a base de qualquer relacionamento pessoal ou profissional, pois sobre ela também se sustenta a confiança”, declara Rojo. É preciso ter bom senso, contudo. Há situações em que a sinceridade pode provocar ofensas e agravar um quadro já complicado. “Você não visita um amigo no hospital e diz a ele o quanto ele está abatido”, exemplifica

Não roubar (“asteya”): não quer dizer apenas subtrair coisas físicas, mas também ideias, tempo e até a boa vontade do outro, segundo Gambôa. O instrutor dá outros exemplos: “o ciúme é uma forma de roubar o tempo de seu companheiro. O mesmo ocorre quando você força, sem necessidade, uma pessoa a escutar os seus problemas e até os de outras pessoas”

Não abusar, não cometer excessos (“brahmacharia”): comer e beber adequadamente e praticar sexo de forma saudável, sem exageros, são algumas possíveis interpretações para esse conselho. A orientação também está ligada à ideia de que não devemos restringir a alguns momentos do dia – como a hora da meditação –, o dever de ser verdadeiro, de cultivar bons pensamentos e de sentir-se puro. “As barreiras entre o sagrado e o profano devem ser eliminadas”, comenta

Não possuir com apego (“aparigraha”): “em um relacionamento, uma pessoa não pode privar a outra de oportunidades. Não somos donos de ninguém, apenas temos o privilégio de desfrutar da companhia delas por certo período”, afirma Rojo. O consumismo é criticado sob a ótica desse conceito. “A orientação é para não acumular coisas. Coloque em uso o que você tem e, o que não precisa, doe”, defende.

NIYAMAS ( o que deve ser desenvolvido)

Pureza (“saucha”): na ioga, há vários exercícios de limpeza física e mental. A meditação é um meio de purificação, por exemplo, pois ajuda a tirar da mente os “entulhos”. Pensar de forma coletiva é mais uma forma de manter-se limpo. Na situação oposta, ser omisso e conivente com situações com as quais você não concorda, vai contra isso

Contentamento (“santocha”): reconhecer aquilo que se tem em vez de buscar o que está faltando. Outra interpretação aponta para o sentido de não esperar reconhecimento ou retribuição por algo que você fez ou que supostamente merece. Contentamento é não ter esse tipo de expectativa, segundo Rojo.

Disciplina (“tapas”): persistência na prática e na manutenção de atitudes corretas. “Em todas as situações do dia a dia, como no trânsito, que é uma situação estressante, a pessoa deve se conter para manter a mente pura”, afirma o professor. Gambôa acrescenta que é preciso somar disposição pessoal e exercício constante para transformar esses princípios em modo de vida. Ela compara o processo com o aprendizado de um idioma, que requer tempo e acontece aos poucos por meio de treinos, participação em aulas e estudos contínuos

. Autoestudo (“svadhyaya”): aponta para a necessidade de nos conhecermos, condição necessária para agirmos com clareza e discernimento, segundo Gambôa. “As pessoas se identificam como sendo umas diferentes das outras, mas, em essência, são todas iguais. Reconhecer isso é importante para a convivência, pois leva à constatação que o outro é exatamente como você, com as mesmas dificuldades e necessidades”, informa o especialista .

Entrega (“ishvarapranidhana”): estabelece a importância de dedicar-se a uma divindade e acreditar que há algo superior, seja qual for o contexto religioso. “É um conselho válido para compreendermos nossa relevância no universo e aceitarmos que as coisas não acontecem do jeito que queremos”, pontua Rojo .

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