YAMAS ( o que evitar)
• Não agredir
(“ahimsa”): a violência não está restrita aos atos, mas também às palavras e ao
pensamento. “Em uma vida a dois, significa não fazer para o outro o que você
não gostaria que fizessem para você”, fala Rojo. “No ambiente profissional,
vale como um conselho para não buscar promoção à custa do fracasso e do
rebaixamento de outros colegas”, alerta. A relação entre chefes e funcionários
é mencionada pelo especialista. Profissionais que cobram de suas equipes o
cumprimento de metas sem lhes dar condições adequadas, como tempo suficiente,
para executar as tarefas, estão praticando uma forma de violência, na opinião
do professor
• Não mentir (“satya”): “a verdade é a
base de qualquer relacionamento pessoal ou profissional, pois sobre ela também
se sustenta a confiança”, declara Rojo. É preciso ter bom senso, contudo. Há
situações em que a sinceridade pode provocar ofensas e agravar um quadro já
complicado. “Você não visita um amigo no hospital e diz a ele o quanto ele está
abatido”, exemplifica
• Não roubar (“asteya”): não quer dizer
apenas subtrair coisas físicas, mas também ideias, tempo e até a boa vontade do
outro, segundo Gambôa. O instrutor dá outros exemplos: “o ciúme é uma forma de
roubar o tempo de seu companheiro. O mesmo ocorre quando você força, sem
necessidade, uma pessoa a escutar os seus problemas e até os de outras pessoas”
• Não abusar, não
cometer excessos (“brahmacharia”): comer e beber adequadamente e praticar
sexo de forma saudável, sem exageros, são algumas possíveis interpretações para
esse conselho. A orientação também está ligada à ideia de que não devemos
restringir a alguns momentos do dia – como a hora da meditação –, o dever de
ser verdadeiro, de cultivar bons pensamentos e de sentir-se puro. “As barreiras
entre o sagrado e o profano devem ser eliminadas”, comenta
• Não possuir com apego (“aparigraha”):
“em um relacionamento, uma pessoa não pode privar a outra de oportunidades. Não
somos donos de ninguém, apenas temos o privilégio de desfrutar da companhia
delas por certo período”, afirma Rojo. O consumismo é criticado sob a ótica
desse conceito. “A orientação é para não acumular coisas. Coloque em uso o que
você tem e, o que não precisa, doe”, defende.
NIYAMAS ( o que deve ser desenvolvido)
• Pureza
(“saucha”): na ioga, há vários exercícios de limpeza física e mental. A meditação é um meio
de purificação, por exemplo, pois ajuda a tirar da mente os “entulhos”. Pensar
de forma coletiva é mais uma forma de manter-se limpo. Na situação oposta, ser
omisso e conivente com situações com as quais você não concorda, vai contra
isso
• Contentamento (“santocha”): reconhecer
aquilo que se tem em vez de buscar o que está faltando. Outra interpretação
aponta para o sentido de não esperar reconhecimento ou retribuição por algo que
você fez ou que supostamente merece. Contentamento é não ter esse tipo de
expectativa, segundo Rojo.
• Disciplina (“tapas”): persistência na
prática e na manutenção de atitudes corretas. “Em todas as situações do dia a
dia, como no trânsito, que é uma situação estressante, a pessoa deve se conter
para manter a mente pura”, afirma o professor. Gambôa acrescenta que é preciso
somar disposição pessoal e exercício constante para transformar esses
princípios em modo de vida. Ela compara o processo com o aprendizado de um
idioma, que requer tempo e acontece aos poucos por meio de treinos,
participação em aulas e estudos contínuos
. Autoestudo (“svadhyaya”):
aponta para a necessidade de nos conhecermos, condição necessária para agirmos
com clareza e discernimento, segundo Gambôa. “As pessoas se identificam como
sendo umas diferentes das outras, mas, em essência, são todas iguais.
Reconhecer isso é importante para a convivência, pois leva à constatação que o
outro é exatamente como você, com as mesmas dificuldades e necessidades”,
informa o especialista .
• Entrega (“ishvarapranidhana”):
estabelece a importância de dedicar-se a uma divindade e acreditar que há algo
superior, seja qual for o contexto religioso. “É um conselho válido para
compreendermos nossa relevância no universo e aceitarmos que as coisas não
acontecem do jeito que queremos”, pontua Rojo .
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