sexta-feira, 29 de julho de 2011

ENTRE O CÉU E O INFERNO - Allan Kardek

(TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO "O CÉU E O INFERNO" (1865) DE ALLAN KARDEC - CAP. VII)

                                                                      A RAINHA DE OUDE
                                                               (Falecida na França, em 1858)

P. Quais as vossas sensações ao deixardes o mundo terrestre?
R. Ainda perturbada, torna-se-me impossível explicá-las.
P. Sois feliz?
R. Tenho saudades da vida... não sei... experimento acerba dor da qual a vida me libertaria... quisera que o corpo se levantasse do túmulo...
P. Lamentais o ter sido sepultada entre cristãos, que não no vosso país?
R. Sim, a terra indiana menos me pesaria sobre o corpo.
P. Que pensais das honras fúnebres tributadas aos vossos despojos?
R. Não foram grande coisa, pois eu era rainha e nem todos se curvaram diante de mim... Deixai-me... forçam-me a falar, quando não quero que saibais o que ora sou... Asseguro-vos, eu era rainha...
P. Respeitamos a vossa hierarquia e só insistimos para que nos respondais no propósito de nos instruirmos. Acreditais que vosso filho recupere de futuro os Estados de seu pai?
R. Meu sangue reinará, por certo, visto como é digno disso.
P. Ligais a essa reintegração de vosso filho a mesma importância que lhe dáveis quando encarnada?
R. Meu sangue não pode misturar-se com o do povo.
P. Não se pôde fazer constar na respectiva certidão de óbito o lugar do vosso nascimento; podereis no-lo dizer, agora?
R. Sou oriunda do mais nobre dos sangues da Índia. Penso que nasci em Delhi.
P. Vós, que vivestes nos esplendores do luxo, cercada de honras, que pensais hoje de tudo isso?
R. Que tenho direito.
P. A vossa hierarquia terrestre concorreu para que tivésseis outra mais elevada nesse mundo em que ora
estais?
R. Continuo a ser rainha... que se enviem escravas para me servirem!... Mas... não sei... parece-me que
pouco se preocupam com a minha pessoa aqui... e contudo eu... sou sempre a mesma.
P. Professáveis a religião muçulmana ou a hindu?
R. Muçulmana; eu, porém, era bastante poderosa para que me ocupasse de Deus.
P. No ponto de vista da felicidade humana, quais as diferenças que assinalais entre a vossa religião e o Cristianismo?
R. A religião cristã é absurda; diz que todos são irmãos.
P. Qual a vossa opinião a respeito de Maomé?
R. Não era filho de rei.
P. Acreditais que ele houvesse tido uma missão divina?
R. Isso que me importa?!
P. Qual a vossa opinião quanto ao Cristo?
R. O filho do carpinteiro não é digno de preocupar meus pensamentos.
P. Que pensais desse uso pelo qual as mulheres muçulmanas se furtam aos olhos masculinos?
R. Penso que as mulheres nasceram para dominar: — eu era mulher.
P. Tendes inveja da liberdade de que gozam as européias?
R. Que poderia importar-me tal liberdade? Servem-nas, acaso, ajoelhados?
P. Tendes reminiscências de encarnações anteriores a esta que vindes de deixar?
R. Deveria ter sido sempre rainha.
P. Por que acudistes tão prontamente ao nosso apelo?
R. Não queria fazê-lo, mas forçaram-me. Acaso julgarás que eu me dignaria responder-te? Que és tu a meu lado?
P. E quem vos forçou a vir?
R. Eu mesma não sei... posto que não deva existir ninguém mais poderoso do que eu.
P. Sob que forma vos apresentais aqui?
R. Sempre rainha... e pensas que eu tenha deixado de o ser? És pouco respeitoso... fica sabendo que não é desse modo que se fala a rainhas.
P. Se nos fosse dado enxergar-vos, ver-vos-íamos com os vossos ornatos e pedrarias?
R. Certamente...
P. E como se explica o fato de, despojado de tudo isso, conservar o vosso Espírito tais aparatos, sobretudo os ornamentos?
R. É que eles me não deixaram. Sou tão bela quanto era, e não compreendo o juízo que de mim fazeis! É verdade que nunca me vistes.
P. Qual a impressão que vos causa em vos achardes entre nós?
R. Se eu pudesse evitá-la... Tratam-me com tão pouca cortesia...

Instruções do guia do médium

S. Luís — Deixai-a, a pobre perturbada. Tende compaixão da sua cegueira e oxalá vos sirva de exemplo. Não sabeis quanto padece o seu orgulho.

Evocando esta grandeza decaída ao túmulo, não esperávamos respostas de grande alcance, dado o gênero da educação feminina nesse país; julgávamos, porém, encontrar nesse Espírito, não diremos filosofia, mas pelo menos uma noção mais aproximada da realidade, e idéias mais sensatas relativamente a vaidades e grandezas terrenas. Longe disso, vimos que o Espírito conservava todos os preconceitos terrestres na plenitude da sua força; que o orgulho nada perdeu das suas ilusões; que lutava contra a própria fraqueza e, finalmente, que muito devia sofrer pela sua impotência.


[Comentário do blogueiro: Infelizmente o Orgulho e a Vaidade são os dois sentimentos que ainda norteiam grande parte da humanidade, trazendo grande ilusão e sofrimento para aqueles que aportam do outro lado da vida, sem qualquer preparo de ordem espiritual. Assim, devemos combater de todas as formas estes sentimentos negativos, enquanto encarnados, para não sermos surpreendidos após o desenlace carnal.]
Postado por Denizar Ventura Regis 
http://www.espiritbook.com.br/

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Amor, paixão e ciúmes...



Viver um relacionamento saudável é um grande desafio. É preciso construir no dia-a-dia. Pois, relacionamento é parceira, amor e confiança.

Pessoas que utilizam frases do tipo: "o outro é o ar que respiro" expressam uma baixa-estima, dependência emocional, resultando em infelicidade. Expressões como: o apaixonado "derrete-se de amor" ou faz "loucuras de amor", na verdade, descaracteriza a pessoa, pois ela deixou de existir na sua forma original tal como Narciso. As loucuras das paixões estão associadas a comportamentos obsessivos.

Quem ama de maneira obsessiva, vive em função do outro, controla todos os passos, cria suposições imaginárias a respeito do parceiro. A pessoa passa a viver um inferno imaginário. Nunca poderemos controlar as pessoas, e nem sempre ela irão corresponder as nossas expectativas.
Na maioria das vezes, quando nos apaixonamos ficamos tal qual Narciso no espelho, pois como afirma o poeta "quando me apaixono estou me amando em você..." O apaixonado ama o reflexo de sua idealização. Descaracteriza-se...
Todos nós possuímos necessidade de amor e afeto. Amor é compartilhar, é respeito à individualidade. A idéia de uma pessoa suprir nossas carências é utopia. A felicidade é uma construção diária, aceitando e superando as dificuldades. O amor romântico, onde o outro representa a felicidade, nascida do romantismo não tem suporte para sustentar uma relação. Um relacionamento é diálogo, crescimento e negociações.

Carinho, afeto e sexo são fragmentos da manifestação da plenitude do amor.



quarta-feira, 20 de julho de 2011

NUTRICIONISTA LISTA OS 10 PIORES ALIMENTOS PARA SUA SAÚDE


"Medicina não é só remédio"
 Nutricionista lista os 10 piores alimentos para sua saúde

Que atire a primeira pedra quem não se rende a um fast food, salgadinho ou cachorro-quente e depois fica preocupado com as calorias que ingeriu. Mas o que pouca gente sabe é que os perigos desses alimentos vão muito além da questão estética e podem ser um risco para a saúde. Para esclarecer esses problemas, a nutricionista Michelle Schoffro Cook listou os dez piores alimentos de todos os tempos..


10º lugar: Sorvete
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Apesar de existirem versões mais saudáveis que os tradicionais sorvetes industrializados, a nutricionista adverte que esse alimento geralmente possui altos níveis de açúcar e gorduras trans, além de corantes e saborizantes artificiais, muitos dos quais possuem neurotoxinas – substâncias químicas que podem causar danos no cérebro e no sistema nervoso.

9º lugar: Salgadinho de milho
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De acordo com Michelle, desde o surgimento dos alimentos transgênicos a maior parte do milho que comemos é um “Frankenfood”, ou “comida Frankenstein”. Ela aponta que esse alimento por causar flutuação dos níveis de açúcar no sangue, levando a mudanças no humor, ganho de peso, irritabilidade, entre outros sintomas. Além disso, a maior parte desses salgadinhos é frita em óleo, que vira ranço e está ligado a processos inflamatórios.

8º lugar: Pizza
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Michelle destaca que nem todas as pizzas são ruins para a saúde, mas a maioria das que são vendidas congeladas em supermercados está cheia de condicionadores de massa artificiais e conservantes. Feitas farinha branca, essas pizzas são absorvidas pelo organismo e transformadas em açúcar puro, causando aumento de peso e desequilíbrio dos níveis de glicose no sangue.

7º lugar: Batata frita
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Batatas fritas contêm não apenas gorduras trans, que já foram relacionadas a uma longa lista de doenças, como também uma das mais potentes substâncias cancerígenas presentes em alimentos: a acrilamida, que é formada quando batatas brancas são aquecidas em altas temperaturas. Além disso, a maioria dos óleos utilizados para fritar as batatas se torna rançosa na presença do oxigênio ou em altas temperaturas, gerando alimentos que podem causar inflamações no corpo e agravar problemas cardíacos, câncer e artrite.

6 lugar: Salgadinhos de batata
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Além de causarem todos os danos das batatas fritas comuns e não trazerem nenhum benefício nutricional, esses salgadinhos contêm níveis mais altos de acrilamida, que também é cancerígena.

5º lugar: Bacon
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Segundo a nutricionista, o consumo diário de carnes processadas, como bacon, pode aumentar o risco de doenças cardíacas em 42% e de diabetes em 19%. Um estudo da Universidade de Columbia descobriu ainda que comer 14 porções de bacon por mês pode danificar a função pulmonar e aumentar o risco de doenças ligadas ao órgão.

4º lugar: Cachorro-quente
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Michelle cita um estudo da Universidade do Havaí, que mostrou que o consumo de cachorros-quentes e outras carnes processadas pode aumentar o risco de câncer de pâncreas em 67%. Um ingrediente encontrado tanto no cachorro-quente quanto no bacon é o nitrito de sódio, uma substância cancerígena relacionada a doenças como leucemia em crianças e tumores cerebrais em bebes. Outros estudos apontam que a substância pode desencadear câncer colorretal.

3º lugar: Donuts (Rosquinhas)
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Entre 35% e 40% da composição dos donuts é de gorduras trans, “o pior tipo de gordura que você pode ingerir”, alerta a nutricionista. Essa substância está relacionada a doenças cardíacas e cerebrais, além de câncer. Para completar, esses alimentos são repletos de açúcar, condicionadores de massa artificiais e aditivos alimentares, e contém, em média, 300 calorias cada.

2º lugar: Refrigerante
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Michelle conta que, de acordo com uma pesquisa do Dr. Joseph Mercola, “uma lata de refrigerante possui em média 10 colheres de chá de açúcar, 150 calorias, entre 30 e 55 mg de cafeína, além de estar repleta de corantes artificiais e sulfitos”. “Somente isso já deveria fazer você repensar seu consumo de refrigerantes”, diz a nutricionista.
Além disso, essa bebida é extremamente ácida, sendo necessários 30 copos de água para neutralizar essa acidez, que pode ser muito perigosa para os rins. Para completar, ela informa que os ossos funcionam como uma reserva de minerais, como o cálcio, que são despejados no sangue para ajudar a neutralizar a acidez causada pelo refrigerante, enfraquecendo os ossos e podendo levar a doenças como osteoporose, obesidade, cáries e doenças cardíacas.

1º lugar: Refrigerante Diet
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“Refrigerante Diet é a minha escolha para o Pior Alimento de Todos os Tempos”, diz Michelle. Segundo a nutricionista, além de possuir todos os problemas dos refrigerantes tradicionais, as versões diet contêm aspartame, que agora é chamado de AminoSweet. De acordo com uma pesquisa de Lynne Melcombe, essa substância está relacionada a uma lista de doenças, como ataques de ansiedade, compulsão alimentar e por açúcar, defeitos de nascimento, cegueira, tumores cerebrais, dor torácica, depressão, tonturas, epilepsia, fadiga, dores de cabeça e enxaquecas, perda auditiva, palpitações cardíacas, hiperatividade, insônia, dor nas articulações, dificuldade de aprendizagem, TPM, cãibras musculares, problemas reprodutivos e até mesmo a morte.

“Os efeitos do aspartame podem ser confundidos com a doença de Alzheimer, síndrome de fadiga crônica, epilepsia, vírus de Epstein-Barr, doença de Huntington, hipotireoidismo, doença de Lou Gehrig, síndrome de Lyme, doença de Ménière, esclerose múltipla, e pós-pólio. É por isso que eu dou ao Refrigerante Diet o prêmio de Pior Alimento de Todos os Tempos”, conclui.

domingo, 17 de julho de 2011

CONVERSANDO COM MEU ESPIRITO - Gasparetto


       Conversando com meu espírito
 Hoje parei um pouco pra enxergar as coisas por outro ângulo...
Resolvi que ia ver e sentir tudo através do espírito...
Olhei pra dentro e deixei ele falar...
A primeira coisa que ele me disse é que tudo está certo...
Nada...Absolutamente nada está errado, tudo está no seu caminho...
Tudo é funcional...Até o mal é funcional...
Porém o mal existe e se manifesta na medida em que você acredita nele...
E muitos dos teus sofrimentos podem estar sendo opcionais...
Podem ser estados mentais e não a própria mente...
Ele me pediu que sentisse a sua força e sabedoria e a transmitisse para a consciência...
E me garantiu que assim estaria quebrando as estruturas mentais que me fazem resistir...
Que me fazem repetir...Que me fazem temer o poder infinito da presença divina...
Pediu-me que sentasse no trono da presença divina e observasse...
Enquanto o poder agia na transformação...
E quanto mais eu permitia mais intensificava esse fluxo de harmonia entre espírito e mente...
Percebia então a minha força...A presença divina em mim...
A convicção de que só cresceria através dessa integração...
Sem fazer força pra ser perfeito, aceitando o que já é...
Aceitando que minhas experiências determinam o meu destino...
Ele me pediu também para abandonar o julgamento, a condenação...
E me disse que quando fazia isso a única vítima era eu mesmo...
Hoje então cada vez que penso em julgar alguém eu digo...
Não! Eu confio no julgamento Divino...
Passei a enxergar minhas experiências mesmo as ruins, com mérito...
Por isso abençôo tudo que sofri e passei...
Pois passou...Não existe mais...
Então ele me ensinou uma prece...Que me comprometi a repeti-la todos os dias...
 “Que todas as bênçãos que me pertencem sejam entregues a mim agora
  Eu me absolvo de toda auto condenação e condenação alheia
  Minha mente pensa de acordo com a consciência cósmica.”
 Então, não tema experimentar, não tema desafiar as estruturas e padrões...
Acredite que todas as vivencias são válidas enquanto permitidas pela consciência cósmica...
Pra se ter tudo não é preciso ter nada...
Pois o tudo está aí dentro de você...
Eu Sou o seu espírito...A presença de vida infinita...A eternidade...
 Postado por MI ANRIM
 

sexta-feira, 15 de julho de 2011

DORES DA ALMA - Paulo Roberto Gaefke


As dores da alma não deixam recados,
imprimem uma sentença que
perdura pelos anos.
Um amor que acabou mal resolvido,
um emprego que se perdeu inexplicavelmente,
um casamento que mal começou e já terminou,
uma amizade que acabou com traição,
tudo vai deixando sinais, marcas profundas...


Precisamos trabalhar as dores da alma,
para que sirvam apenas de aprendizado,
extraindo delas a capacidade de
nos fortalecermos,
aprendendo que o melhor de nós,
ainda está em nós mesmos,
que amando-nos incondicionalmente,
descobrimos a auto-estima,
que se deixarmos seguir o caminho da
dor e da lamentação,
iremos buraco abaixo no caminho
da depressão.

As dores da alma não saem no jornal,
não viram capa de revista, e só quem sente,
pode avaliar o estrago que elas causam.
Como não existe vacina para amores
mal resolvidos,
nem para decepções diárias,
o que vale é a prevenção, então:

ame-se para amar e ser verdadeiramente amado,
sorria para que o mundo seja mais gentil,
dedique-se, para que as falhas sejam pequenas,
não se compare, você é único,
repare nas pequenas coisas,
mas cuidado com as grandes que as vezes
estão bem diante do nosso nariz e
não enxergamos,
sonhe,
pois o sonho é o combustível da realização,
tenha amigos e seja o melhor amigo de todos,
apaixone-se pela vida e por tudo o que é seu,
sinta o seu cheiro e acredite em seu
poder de sedução,
estimule-se,
contagie o mundo com o seu melhor,
creia em Deus,
pois sem Ele não há razão em nada,
e tenha sempre a absoluta certeza de que,
depois da forte tempestade,
o arco-íris vai surgir
e o sol vai brilhar ainda mais forte.


terça-feira, 12 de julho de 2011

MARIO QUINTANA


"Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.

Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo..."


"Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A mágica presença das estrelas!"


"Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas..."

Mario Quintana

sexta-feira, 8 de julho de 2011

CAÍ NO MUNDO E NÃO SEI COMO VOLTAR...


O que acontece comigo é que não consigo andar pelo mundo pegando coisas e trocando-as pelo modelo seguinte só por que alguém adicionou uma nova função ou a diminuiu um pouco…
Não faz muito, com minha mulher, lavávamos as fraldas dos filhos, pendurávamos na corda junto com outras roupinhas, passávamos, dobrávamos e as preparávamos para que voltassem a serem sujadas. 
E eles, nossos nenês, apenas cresceram e tiveram seus próprios filhos se encarregaram de atirar tudo fora, incluindo as fraldas. Se entregaram, inescrupulosamente, às descartáveis!
Sim, já sei. À nossa geração sempre foi difícil jogar fora. Nem os defeituosos conseguíamos descartar! E, assim, andamos pelas ruas, guardando o muco no lenço de tecido, de bolso.
Nããão! Eu não digo que isto era melhor. O que digo é que, em algum momento, me distraí, caí do mundo e, agora, não sei por onde se volta. 
O mais provável é que o de agora esteja bem, isto não discuto. O que acontece é que não consigo trocar os instrumentos musicais uma vez por ano, o celular a cada três meses ou o monitor do computador por todas as novidades.
Guardo os copos descartáveis! Lavo as luvas de látex que eram para usar uma só vez.
Os talheres de plástico convivem com os de aço inoxidável na gaveta dos talheres! É que venho de um tempo em que as coisas eram compradas para toda a vida!
É mais! Se compravam para a vida dos que vinham depois! A gente herdava relógios de parede, jogos de copas, vasilhas e até bacias de louça.
E acontece que em nosso, nem tão longo matrimônio, tivemos mais cozinhas do que as que haviam em todo o bairro em minha infância, e trocamos de refrigerador três vezes. 
Nos estão incomodando! Eu descobri! Fazem de propósito! Tudo se lasca, se gasta, se oxida, se quebra ou se consome em pouco tempo para que possamos trocar. Nada se arruma. O obsoleto é de fábrica.
   
Aonde estão os sapateiros fazendo meia-solas dos tênis Nike? Alguém viu algum colchoeiro encordoando colchões, casa por casa? Quem arruma as facas elétricas? o afiador ou o eletricista? Haverá teflon para os funileiros ou assentos de aviões para os talabarteiros?
Tudo se joga fora, tudo se descarta e, entretanto, produzimos mais e mais e mais lixo. Outro dia, li que se produziu mais lixo nos últimos 40 anos que em toda a história da humanidade.
Quem tem menos de 30 anos não vai acreditar: quando eu era pequeno, pela minha casa não passava o caminhão que recolhe o lixo! Eu juro! E tenho menos de ... anos! Todos os descartáveis eram orgânicos e iam parar no galinheiro, aos patos ou aos coelhos (e não estou falando do século XVII). Não existia o plástico, nem o nylon. A borracha só víamos nas rodas dos autos e, as que não estavam rodando, as queimávamos na Festa de São João. Os poucos descartáveis que não eram comidos pelos animais, serviam de adubo ou se queimava..
Desse tempo venho eu.  E não que tenha sido melhor.... É que não é fácil para uma pobre pessoa, que educaram com "guarde e guarde que alguma vez pode servir para alguma coisa", mudar para o "compre e jogue fora que já vem um novo modelo".
Troca-se de carro a cada 3 anos, no máximo, por que, caso contrário, és um pobretão. Ainda que o carro que tenhas esteja em bom estado... E precisamos viver endividados, eternamente, para pagar o novo!!! Mas... por amor de Deus!
Minha cabeça não resiste tanto. Agora, meus parentes e os filhos de meus amigos não só trocam de celular uma vez por semana, como, além disto, trocam o número, o endereço eletrônico e, até, o endereço real.
E a mim que me prepararam para viver com o mesmo número, a mesma mulher e o mesmo nome (e vá que era um nome para trocar). Me educaram para guardar tudo. Tuuuudo! O que servia e o que não servia. Por que, algum dia, as coisas poderiam voltar a servir. 
Acreditávamos em tudo. Sim, já sei, tivemos um grande problema: nunca nos explicaram que coisas poderiam servir e que coisas não. E no afã de guardar (por que éramos de acreditar), guardávamos até o umbigo de nosso primeiro filho, o dente do segundo, os cadernos do jardim de infância e não sei como não guardamos o primeiro cocô.
  Como querem que entenda a essa gente que se descarta de seu celular a poucos meses de o comprar? Será que quando as coisas são conseguidas tão facilmente, não se valorizam e se tornam descartáveis com a mesma facilidade com que foram conseguidas?
Em casa tínhamos um móvel com quatro gavetas. A primeira gaveta era para as toalhas de mesa e os panos de prato, a segunda para os talheres e a terceira e a quarta para tudo o que não fosse toalha ou talheres. E guardávamos...
Como guardávamos!! Tuuuudo!!! Guardávamos as tampinhas dos refrescos!! Como, para quê?  Fazíamos limpadores de calçadas, para colocar diante da porta para tirar o barro. Dobradas e enganchadas numa corda, se tornavam cortinas para os bares. Ao fim das aulas, lhes tirávamos a cortiça, as martelávamos e as pregávamos em uma tabuinha para fazer instrumentos para a festa de fim de ano da escola.
Tuuudo guardávamos! Enquanto o mundo espremia o cérebro para inventar acendedores descartáveis ao término de seu tempo, inventávamos a recarga para acendedores descartáveis. E as Gillette até partidas ao meio se transformavam em apontadores por todo o tempo escolar. E nossas gavetas guardavam as chavezinhas das latas de sardinhas ou de corned-beef, na possibilidade de que alguma lata viesse sem sua chave.
E as pilhas! As pilhas das primeiras Spica passavam do congelador ao telhado da casa. Por que não sabíamos bem se se devia dar calor ou frio para que durassem um pouco mais. Não nos resignávamos que terminasse sua vida útil, não podíamos acreditar que algo vivesse menos que um jasmim. As coisas não eram descartáveis. Eram guardáveis.
Os jornais!!! Serviam para tudo: para servir de forro para as botas de borracha, para por no piso nos dias de chuva e por sobre todas as coisa para enrolar.
Às vezes sabíamos alguma notícia lendo o jornal tirado de um pedaço de carne!!! E guardávamos o papel de alumínio dos chocolates e dos cigarros para fazer guias de enfeites de natal, e as páginas dos almanaques para fazer quadros, e os conta-gotas dos remédios para algum medicamento que não o trouxesse, e os fósforos usados por que podíamos acender uma boca de fogão (Volcán era a marca de um fogão que funcionava com gás de querosene) desde outra que estivesse acesa, e as caixas de sapatos se transformavam nos primeiros álbuns de fotos e os baralhos se reutilizavam, mesmo que faltasse alguma carta, com a inscrição a mão em um valete de espada que dizia "esta é um 4 de bastos".
As gavetas guardavam pedaços esquerdos de prendedores de roupa e o ganchinho de metal. Ao tempo esperavam somente pedaços direitos que esperavam a sua outra metade, para voltar outra vez a ser um prendedor completo.
Eu sei o que nos acontecia: nos custava muito declarar a morte de nossos objetos. Assim como hoje as novas gerações decidem matá-los tão-logo aparentem deixar de ser úteis, aqueles tempos eram de não se declarar nada morto: nem a Walt Disney!!!
E quando nos venderam sorvetes em copinhos, cuja tampa se convertia em base, e nos disseram: Comam o sorvete e depois joguem o copinho fora, nós dizíamos que sim, mas, imagina que a tirávamos fora!!! As colocávamos a viver na estante dos copos e das taças. As latas de ervilhas e de pêssegos se transformavam em vasos e até telefones. As primeiras garrafas de plástico se transformaram em enfeites de duvidosa beleza. As caixas de ovos se converteram em depósitos de aquarelas, as tampas de garrafões em cinzeiros, as primeiras latas de cerveja em porta-lápis e as cortiças esperaram encontrar-se com uma garrafa. 
E me mordo para não fazer um paralelo entre os valores que se descartam e os que preservávamos. Ah!!! Não vou fazer!!!
Morro por dizer que hoje não só os eletrodomésticos são descartáveis; também o matrimônio e até a amizade são descartáveis. Mas não cometerei a imprudência de comparar objetos com pessoas.
Me mordo para não falar da identidade que se vai perdendo, da memória coletiva que se vai descartando, do passado efêmero. Não vou fazer.
Não vou misturar os temas, não vou dizer que ao eterno tornaram caduco e ao caduco fizeram eterno.
Não vou dizer que aos velhos se declara a morte apenas começam a falhar em suas funções, que aos cônjuges se trocam por modelos mais novos, que as pessoas a que lhes falta alguma função se discrimina o que se valoriza aos mais bonitos, com brilhos, com brilhantina no cabelo e glamour. 
Esta só é uma crônica que fala de fraldas e de celulares. Do contrário, se misturariam as coisas, teria que pensar seriamente em entregar à bruxa, como parte do pagamento de uma senhora com menos quilômetros e alguma função nova. Mas, como sou lento para transitar este mundo da reposição e corro o risco de que a bruxa me ganhe a mão e seja eu o entregue... 
Eduardo Galeano
Jornalista e escritor uruguaio